Muitas vezes as pessoas relacionam o Design a "projetar coisas bonitas". Porém nossas experiências mais memoráveis envolvem muito mais que o estético.
O design sensorial é justamente o processo de projeto que estimula os outros sentidos além da visão, proporcionando uma experiência mais completa e gratificante para o usuário.
É cada vez maior a importância dada ao design multisensorial, e isso é benéfico ambos para o designer e para o cliente. Uma experiencia multissensorial é muito mais envolvente, tem mais potencial de trazer sentimentos positivos à tona. O que é projetado torna-se muito mais que um produto.
As grandes marcas e os designers têm investido nessas sensações de diversas maneiras. Um bom exemplo seriam não só a loja, mas também os próprios sapatos da Melissa, que têm um cheiro muito carcterístico (trata-se de uma fragrância patenteada). Também é muito característico o material dos sapatos. Só nesse exemplo temos 3 sentidos estimulados: o tato, o olfato e a visão. Quem usou Melissa durante a infância ou ainda usa conhece a sensação única que é não só o ato de usar os sapatos, mas ir para a loja comprá-los.
As possibilidades no design multissensorial são infinitas: com a ajuda dessa mistura de sentidos, você pode criar universos que permitem uma experiência única e marcante para o usuário. Assim, você também pode gerar, no público, uma vontade de voltar a esse mundo e repetir o momento.
O designer Jinsop Lee deixa fácil entender em sua palestra "Design for all 5 senses" para a Ted, com o exemplo do sexo. Começa com a pergunta: "por que sexo é tão bom"? Mais para o final, explica que é justamente por ser uma experiência que envolve os cinco sentidos, simultaneamente e intensamente, tornando-o uma experiência única. Mesmo não sendo um exemplo em design Lee deixa claro como isso pode ser aplicado à área.
Cada sentido e sua importância nas experiências:
Olfato: O produto à venda não precisa estar relacionado diretamente à degustação para haver a necessidade de trabalhar o olfato como meio de chamar a atenção do consumidor. Em muitos casos, o cheiro acaba por representar a marca com tanta propriedade que, mesmo sem o uso de outros sentidos, o consumidor consegue reconhecer qual marca está à sua frente. Odores afetam significativamente nossa avaliação de coisas e pessoas.
Exemplo: Revendedoras de carro que aplicam spray com cheiro de carro novo e corretoras de imóveis que borrifam cheiros de comida na cozinha de um apartamento.
Tato: Estudos mostram que o tato é tão importante quanto a luz solar. E ainda que a falta de toque em bebês pode levar a danos cerebrais. Bebês que são massageados ganham peso 50% mais rápido do que aqueles que não são massageados.
Quando pensamos em uma embalagem é fundamental considerar como o consumidor vai interagir com ela.
Exemplo: Clientes de maquiagem que testam o produto antes na pele da mão para ver como o produto se adequa à pele
Paladar: O projeto gráfico para alimentos é primordial e deve trabalhar para estimular esse desejo de comer. Usar cores quentes estimula o apetite, cores frias representam melhor refrescância e saciam a sede e elementos que representam graficamente os efeitos da temperatura tornam a imagem mais real e saborosa.
O uso do paladar como meio para um fim é bastante usado em lugares onde os consumidores ficarão em um período prolongado de tempo.
Exemplo: Máquinas de café em salas de espera, guloseimas em filas de mercados e lojas.
Audição: A música acompanha casamentos, funerais, festividades religiosas, esportes e até noticiários de televisão. Movimentos políticos, concertos beneficentes, marchas de protesto e festivais musicais como Woodstock fazem uso da música para reunir pessoas em torno de uma ação.
O som do salto da sua mãe que se aproxima pelo corredor, a voz de um amigo – são alguns de milhares de exemplos de tipos de sons que podem desencadear uma enxurrada de memórias e emoções em nosso corpo.
Exemplo: Sons de comidas crocantes ao serem mastigadas, trilhas sonoras de filmes marcantes, momentos marcantes e etc.
Visão: É o que causa maior impacto na grande maioria dos casos, não só em seu aspecto físico, mas também no conceito psicológico que ele engloba. Esse último é ainda mais importante porque o mesmo conteúdo físico causa um efeito psicológico diferente em cada ser vivo que o percebe
Exemplo: Objetos de design nos quais pessoas têm opiniões diferentes sobre o que o formato lembra e etc.
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